quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Augusto Martins Pereira, Comendador (1885-1960)

Augusto Martins Pereira nasceu em 1885 em Sever do Vouga, numa família modesta, pelo que, criança ainda, começou a trabalhar nas Minas do Braçal. Muito novo partiu para os Estados Unidos da América onde aprendeu e se aperfeiçoou nas técnicas de fundição e metalurgia. Depressa deixou aquele país para se fixar nos Açores, onde em 1907 fundou a Fundição Lisbonense, em Ponta Delgada, a qual progride rapidamente. Ao cabo de 13 anos, assediado pela maior empresa do Arquipélago que se sentia ameaçada pela concorrência, vende-lhe a sua fábrica.

Em 1921 fixa-se em Albergaria-a-Velha para sempre, fundando a mais moderna metalurgia de então, uma empresa com o mesmo nome da anterior, mas, pouco tempo depois, instado por elementos da vila local, denomina-a Fundição Albergariense. Em 1923, a fim de aumentar a produtividade, com 29 sócios locais, constitui a Sociedade Augusto Martins Pereira, Lda. e a empresa começa então a desenvolver-se e afirmar-se no sector, ocupando ainda o velho edifício situado no Largo Conselheiro Sousa e Melo.

Já usando a marca “Alba” e tendo-se libertado dos sócios, as Fábricas Metalúrgicas tornam-se famosas e obtém uma Medalha de Ouro na Exposição Industrial Portuguesa de 1934. O desenvolvimento da Empresa leva à construção da grande fábrica ainda hoje existente na Cavada Nova, zona sul da vila. Em 1936, é agraciado pelo Chefe do Estado com a Comenda de Mérito Industrial.

Nomeado Presidente da Câmara, conseguiu subsídios do Governo, cujos Ministros por diversas vezes vieram a Lisboa e visitaram a “Alba”.

As fábricas ALBA tornar-se-iam o grande motor de desenvolvimento económico e social da região, não só pela oferta de emprego.

Transforma a decadente Filarmónica na Banda Alba, que alcança renome; compra o Campo das Laranjeiras e, com a colaboração gratuita dos seus empregados, transforma-o no Parque de Recreio e Desporto Alba; cria uma Cantina e um Armazém para minorar as dificuldades do abastecimento provocado pela II Guerra Mundial: compra o decrépito Teatro e faz o luxuoso Cine-Teatro Alba; eleito Provedor da Misericórdia, deita abaixo o imponente mas pequeno e inadaptado hospital, e, com subsídios que obtém do Estado, manda construir um novo, com um edifício anexo para a Sopa dos Pobres, onde se distribuíam dezenas de refeições por dia, em parte por si mantidas.

Faleceu, nesta vila, em Maio de 1960 e o seu funeral foi a expressão do reconhecimento do Concelho pela obra aqui desenvolvida.

Fonte: Alba / António Homem de Albuquerque Pinho, "Gente Ilustre em Albergaria"

5 comentários:

ahg disse...

uma breve crónica genealógica da família Vasconcelos (e seu modo de viver), que outrora habitaram na Vila de Sever do Vouga

http://www.jornalbeiravouga.com/news/index.php?Itemid=95&id=1877&option=com_content&task=view

O primeiro chefe de família de que há memória, oriundo da Vila de Arouca, de seu nome António Pereira de Vasconcelos, casado, que habitou na sua casa com quintal na referida Rua da Corredoura em Sever, proprietário com vasto património em Sever e no lugar de Paredes - Pessegueiro, teve quatro filhos:

1.ª Geração: Francisco, José Maria, Joaquim e Maria Pereira de Vasconcelos. O Francisco e a sua irmã Maria, ficaram em Sever, ele na casa que era de seu pai e ela no lugar da Bréga - Rua da Torre, no espaço onde se encontra actualmente o centro comercial da Vila. O José Maria e o Joaquim ficaram no lugar de Paredes, na casa de campo chamada a Cordoira;

2.ª Geração: O Francisco deixou quatro filhas, a Deolinda (da Pensão Gaspar), a Marcelina, a Guilhermina e a Emília. O Joaquim deixou três, o Adriano, o António e a Maria II. O José Maria emigrou para o Brasil e depois de muitos anos regressou a Paredes onde faleceu, no estado de solteiro e sem deixar descendentes. A Maria P. de Vasconcelos, casou com Augusto Martins Pereira, fundidor de profissão e tiveram quatro filhos, o Augusto Martins Pereira - filho, nome igual ao de seu pai, fundador da fábrica “Metalúrgica Alba” (conhecido benemérito de Sever do Vouga, que amou sempre a terra que o viu nascer), o Ingelino e o Adriano, todos fundidores emigraram para E.U.A. E ali exerceram a sua profissão) e uma filha que emigrou para o Brasil e ali constituiu família.

Anónimo disse...

BOA NOITE A TODOS....ACREDITEM SE QUISER SOU UMA DAS HERDEIRAS DAS PANELAS ALBA. MINHA AVÓ SE CHAMAVA ADELINA MARTINS PEREIRA,IRMÃ DO SR.AUGUSTO MARTINS PEREIRA,O QUAL TEM UM BUSTO EM ALBERGARIA VELHA.
MINHA AVÓ SÓ TEVE UM FILHO AQUI NO BRASIL -RIO DE JANEIRO,O SR.WALTER DE VASCONCELLOS. ELA VEIO PARA CÁ COM O MEU PAI MUITO PEQUENO,D E COLO AINDA,NO NAVIO A VAPOR.EXISTIA AQUI NO BRASIL-SÃO PAULO,OUTRO IRMÃO ARNALDO MAR TINS PEREIRA.MINHA AVÓ TEVE UM ROMANCE COM O PAI DO MEU PAI,SR.DANIEL BASTOS, OQUAL NÃO O RECONHECEU COMO FILHO, ELE MORAVA EM AVEIRO.ATÉ HOJE,TENHO UMA DAS PANELAS ALBA.FIQUEI FELIZ QUANDO VI A FOTO DO MEU TIO AVÔ NESSE ARTIGO DA INTERNET.VOU ENVIAR PARA VOCES UMA FOTO DO MEU PAI,WALTER DE VASCONCELLOS.
BJS EFIQUEM COM DEUS.MEU EMAIL:mlyrio_9@hotmail.com-tel.
21.8709.0607-HELENA VASCONCELLOS LYRIO.

c. andrade disse...

por diversas vezes vieram a Lisboa (?) - Demissão de Augusto Martins Pereira, Presidente da Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha(1957/8) - http://digitarq.dgarq.gov.pt/?ID=3889412

Anónimo disse...

obrigado amigo! ótimo post!

Milton Martins Pereira disse...

Meu nome é Milton Martins Pereira sou sobrinho neto do comendador, meu avô Arnaldo Martins Pereira era irmão do comendador, moro em São Paulo Brasil, já estive em Portugal e fui a Albergaria, conheci a Alba e visitei o Pedro na empresa Larus, tenho um grande orgulho de toda esta historia de família.