Alexandre Correia Teles de Araújo e Albuquerque nasceu em Albergaria-a-Velha, na Casa-Solar da Rua de Cima.
Fez o Curso de Direito em Coimbra, durante o qual se distinguiu na vida académica, onde era conhecido pelo Xandre, tendo aí organizado as retumbantes festas do “Centenário da Sebenta” (...)
Concluído o curso, foi advogado em Albergaria e Estarreja, mas, cioso de maiores voos, foi eleito deputado em 1908 e fixou-se em Lisboa, tornando assento no Parlamento e dirigido o diário “O Liberal”, com fulgor impetuoso.
Foi nomeado sócio-correspondente da Universidade Hispano-Americana de Bogotá e condecorado com a Cruz da América Espanhola, conferida pela promoção do estreitamento de relações sócio-culturais entre os países lainos.
Implantada a República, continuando fiel aos ideais monárquicos, bateu-se nas incursões militares de Paiva Couceiro em Trás-os-Montes. Aceite a derrota, emigrou para o Brasil onde se fixou durante uma quinzena de anos de trabalho fecundo (...)
Foi convidado para Professor da Universidade de Belo Horizonte, honra que recusou porque, nessa época, o cargo implicava a perda de nacionalidade. Foi Secretário-Geral da Câmara do Comércio Português e do Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro (...)
Foi colaborador de vários jornais brasileiros (...) Ficou famoso o artigo em que previu o fim da I Guerra Mundial com pormenores minunciosos e tão nítidos que foi reproduzido em muitos jornais da América e da Europa.
Foi um orador eloquente e um tribuno combativo, um juriconsulto sabedor e arguto. Além de consagrado jornalista, foi autor dramático representado no Brasil e na Argentina, contista de mérito e poeta inspirado.
Dotado de uma vasta cultura humanista e de um talento fulgurante, evidenciou-se na vida brasileira pelas suas qualidades de espiríto, honestidade, carácter e bondade, de tal modo que, ao abandonar o Brasil, em 1926, lhe foi oferecido um almoço, presidido pelo Ministro das Relações Exteriores (...)
Foi recebido em Albergaria com a emoção de um filho renomado, como referem o “Jornal de Albergaria” e a “Gazeta de Albergaria”, os dois semanários locais da época.
Voltou depois a ser eleito deputado à Assembleia Nacional por duas vezes e faleceu em 1937 no exercício dessas funções pelo que lhe foi aí prestada sentida homenagem por vários dos seus pares.
Deixou um livro póstumo de poemas “Coração Exilado”. A saudade da nossa terra era tão profunda que um dia aqui disse que “o Monte mais alto da Terra é o da Senhora do Socorro, porque os albergarienses o vêem de qualquer ponto do mundo em que se encontrem.
Fonte: António Homem de Albuquerque Pinho, “Gente Ilustre em Albergaria-a-Velha”
Mais informações: guitarra de coimbra
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