
Foto: Orlando Patrício / Portal dos Clássicos
Alba em destaque na revista "Motor Clássico" e brevemente em livro da autoria do historiador José Barros Rodrigues

Contributo do historiador José Barros Rodrigues (fonte: Portal dos clássicos)
São apenas três: o OT-10-54 que foi desenvolvido ao longo de 1952, pintado em amarelo claro; o TN-10-82, que surgiu em 1953, também pintado em amarelo claro; e, finalmente, o último Alba – exclusivamente desenvolvido por Francisco Corte Real Pereira – com a matrícula LA-11-18 e que foi construído em 1955, com uma carroçaria vermelha.
O motor 1500 Alba nunca correu em circuitos, pelo que é falso que tenha participado na Boavista ou em Vila Real. O motor 1500 que aparece nas listas de inscritos da Boavista em 1955, nos treinos da Boavista em 1956 (onde o Alba de Corte Real teve um aparatoso acidente) ou em Vila Real, em 1958 é o «seis cilindros» de origem Alfa Romeo. O motor Alba 1500 era um projecto fantástico mas nunca teve oportunidade (sobretudo financiamento) para ser desenvolvido – tinha, por exemplo, problemas de lubrificação (...)
Há casos em que não há possibilidade de determinar com rigor o motor utilizado por cada um dos Alba nas diferentes provas mas em conversa quer com o António Augusto Martins Pereira quer com a família de Corte Real Pereira é possível estabelecer alguns princípios de utilização: o Alba 1500 foi sempre utilizado por AAMP, o motor Peugeot e o bloco Alfa Romeo foram sempre exclusivo do Francisco – há uma única excepção em que o mecânico electricista Carlos Miranda, por impossibilidade de Corte Real, utiliza o Alba LA-11-18 com o motor 6C. Os blocos Fiat/Simca (1089, 1099 e 1360) foram utilizados pelos dois em várias provas e pelos outros pilotos dos Alba, a saber: Elísio de Melo, Noémio Capela, Baltazar Vilarinho, Castro Lima, Manuel Nunes dos Santos e Alves Barbosa.
Do recenseamento que eu efectuei durante a pesquisa para o livro, os Albas inscreveram-se em 38 provas, participaram em 37 e obtiveram 43 resultados desportivos, entre os quais se contabilizam dez vitórias (à classe e absolutas). A mais extraordinária vitória foi, sem dúvida, a da I Taça Cidade do Porto, que teve efectivamente repercussão nacional, mas a vitória no Rali Vinho do Porto em 1955 é um marco no automobilismo nacional por ter sido a primeira obtida por um automóvel com um motor de concepção nacional. Há apenas uma única prova, a II Volta ao Minho, disputada em Setembro de 1955 em que a equipa Alba contou com a participação de três veículos para Corte Real Pereira, Martins Pereira e Baltazar Vilarinho.
Quanto aos gansos, eles terão sido desenhados por um amigo do Ângelo Costa – que teve algum protagonismo a nível do desenvolvimento dos motores – e Martins Pereira, que gostou do viu, adoptou-os no seu automóvel.
Dos três Albas que foram construídos, dois (o OT-10-54 e o TN-10-82) foram desenvolvidos pela dupla Martins Pereira/Corte Real Pereira em colaboração com o Ângelo Costa. O terceiro Alba (LA-11-18) foi feito por iniciativa do Corte Real, tendo o António Augusto colaborado pouco neste modelo.
A partir de 1955, o CRP participa em diversas provas apenas com o LA. Antes, entre 1952 e finais de 1954, o CRP faz provas apenas no OT. Em geral, até 1955, sempre que AAMP participava usava o OT e o Corte Real não corria. Em 52, 53 e 54 CRP apenas fez provas de circuito para a Alba e sempre usando o OT: Vila do Conde por duas vezes em 52; Boavista e Monsanto, em 53; Boavista e Monsanto em 54. Ou seja, até 1958, CRP nunca fez qualquer prova no segundo Alba, o TN – ou, melhor dizendo, eu não conheço nenhuma prova em que CRP tenha usado o TN, até 1958.
1 comentário:
Passei por Águeda e reparei numa instalação artística num "jardim" onde é usado um banco da Alba.
Também poderia ser uma ideia para os espaços devolutos de Albergaria colocar artistas locais para darem um novo enquadramento às coisas e chamar à atenção.
http://videos.sapo.pt/pdGlaCupT5WSwsZQSFC7
http://www.youtube.com/watch?v=TsQCGfxA1Bc
https://www.facebook.com/ColetivoNora
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