No dia em que se assinalaram os 200 anos do Combate de Albergaria (10 de Maio), acção militar que pôs fim à ocupação francesa na região, a Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha apresentou a sua mais recente edição, da autoria dos historiadores Delfim Bismarck Ferreira e Rafael Marques Vigário.
“O Combate de Albergaria – A Região de Albergaria-a-Velha e Estarreja durante a Invasão Francesa de 1809” é uma obra que retrata um período conturbado da nossa História, considerado mesmo “a pior catástrofe registada no Concelho”.
No Salão Nobre dos Paços do Município, e perante uma plateia onde constavam descendentes das vítimas do famoso combate, Rafael Marques Vigário descreveu a grande tensão que se vivia na época, que começou ainda em 1808, com pequenas sublevações populares, que foram, sempre, duramente reprimidas pelas tropas francesas, comandadas pelo General Franceschi.
A defesa da Linha do Vouga era considerada de enorme importância, na medida em que se garantia, assim, a ocupação do Porto, que tinha sido tomada pelo Marechal Soult. O romper da resistência francesa no Vouga permitiria um avanço mais seguro sobre a Cidade Invicta e, então, o General Wellesley irrompeu por Albergaria-a-Velha adentro, obrigando ao retrocesso das tropas inimigas. Daqui até a expulsão dos franceses do País foi um pequeno passo.
Em qualquer confronto militar, há sempre vítimas a lamentar e, do Concelho, morreram 67 pessoas às mãos dos invasores. Delfim Bismarck explicou que a maioria das vítimas foram do sexo masculino e tinham mais de 60 anos, o que se explica pelo facto dos mais velhos serem os últimos a ficar nas suas terras após a debandada das populações.
Após a tradicional sessão de autógrafos, rumou-se à rotunda junto à entrada de acesso a Vale Maior, onde está agora localizado o “Memorial às Vítimas das Invasões Francesas em 1809”. A arquitecta Ana Maio explicou a ideia por trás da sua escultura de metal, onde constam os nomes daqueles que foram mortos, e definiu o projecto como um jogo dinâmico de Luz e Sombras, Sol e Escuridão, Vida e Luta.
Fonte: CMAV
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