José Álvares Ferreira, Dr. (1737-1810)

Nascido em 21 de Setembro de 1737 na “Casa do Outeiro ou da Rua de Cima”, em Albergaria-a-Velha, era filho do Alferes José Álvares Ferreira e de D. Josepha Marques (...)

Formou-se em Direito Canónico e Civil pela Universidade de Coimbra, seguindo uma longa carreira na magistratura (...)

Casou-se em 19 de Novembro de 1782, em São João de Loure, com D. Maria Teresa Dias de Sequeira, dali natural, filha do Capitão Inocêncio Dias de Sequeira e de D. Teresa Martins.

Carreira na magistratura em Portugal

 

Juiz de Fora em S. João cerca de dez anos; juiz de Fora das vilas de Oliveira do Bairro e Vouga de 5 de Novembro de 1772 a 1777, altura em que contribuiu para a construção da Ponte de Vouga, e  Juiz de Fora em Ovar, onde mandou semear o famoso pinhal ou mata desse concelho.

 

Esteve cerca de vinte anos em Lisboa como Juiz e Desembargador do Paço (..)

Brasil

 

Emigrou para a Baía, no Brasil, onde desembarcou no dia 13 de Setembro de 1805, tomando posse como Ouvidor na Comarca de Sergipe D’Elrey no dia 28 do mesmo mês.

Numa das suas cartas, é relatada a curiosa viagem pelo Certão entre a Baía e Sergipe D’Elrey, onde outros albergarienses eram protagonistas:

“(...) Passei muito mal na jornada de 80 legoas de certão sem haver comodos, senão algumas sanzalas de negros onde armámos as redes, porque eu trazia boa guia de companhia, que as trazia da Bahia, e cheguei com hu pé mto. Inchado, e ferido de hua bota apertada que levei (...) pois as outras que tinha, e os mais factos vinhão por mar com os rapazaes, que erão o nosso mosso João do Sobreiro e hu irmão que achouna Bahia saido do hospital, e o Sebastião do Romoaldo (Sebastião Marques de Lemos), e o Pe. António me acompanhou sempre, e que estão todos comigo (...).”

O Dr. José Álvares Ferreira foi ainda Desembargador Honorário da Baía, onde faleceu em 25 de Julho de 1810, sem geração, com despacho para Desembargador da Relação de Lisboa.

Fonte: Dr. Delfim Bismarck Ferreira