Na mesma praça [José Ferreira Tavares], com o nº 8-8ª, encontra-se a casa que foi do Dr. António de Pinho, um conceituado estudioso local, e que é a mais exuberante das manifestações arte nova nesta vila.
As estruturas são em granito e de bom lavrado, tratando no geral temática floral e conchas. Com uma vistosa fachada de dois andares sobre uma cave levantada, é ao nível do primeiro andar que mais encanta, com dois conjuntos de janelas geminadas e amplas, ladeando o portal ao centro, no qual se inscrevem duas portas.
Por cima deste assenta a varanda nobre da casa para onde se abrem três janelas, maior a do centro e convertida em porta. No vértice sul-oeste, sobre o largo portão lateral de entrada, uma outra varanda, mais elegante e harmoniosa se implantou, para a qual se abrem também duas portas gémeas, uma em cada fachada.
E, por fim, desenvolveu-se em granito um belo remate de empena, acompanhando a platibanda da casa. Do revestimento azulejar, refira-se que o friso se enquadra na temática da época, mas não o do corpo da fachada. O portão lateral é em ferro forjado de desenho simples, havendo outros apontamentos de serralharia dentro dos parâmetros habituais desta época.
Entre esta casa e a anteriormente descrita [Chalet da Família Vidal], ergueu-se pouco tempo depois uma outra, ainda dentro dos cânones da arte nova, revestida a azulejo monocromático de cor viva, amarelo, remato por friso igual à casa do Dr. António Pinho.
É importante o seu registo como obra de acompanhamento, pois esta e as duas descritas e ainda uma outra que segue à casa Vidal e que tem o nº 12-13, também singela mas integrada, constituem um bom conjunto desta vertente artística na região, como obra de artistas locais que procuraram, ao seu jeito, interpretar e integrar-se no movimento geral.
Fonte: “Arte Nova em Aveiro e seu Distrito” de Amaro Neves; Fotos: Dra. Nélia Oliveira & CMAAV
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