sexta-feira, 9 de maio de 2014

Adaptação da Casa dos Magistrados a Albergue de Peregrinos


As várias divisões do albergue vão estar distribuídas por três pisos. Na cave vai haver uma garagem, uma zona de tratamento de roupa, uma arrecadação de mochilas e uma zona balnear com lava-pés e WC. Por seu lado, o rés do chão será constituído por uma recepção, sala de convívio, cozinha comum, sala de tratamento/ auxílio aos peregrinos e uma arrecadação de mochilas.

Finalmente, no 1º andar, existirão quatro quartos com capacidade para albergar 25 peregrinos, bem como balneários femininos e masculinos. Para uma comunidade de cerca de 35 000 peregrinos que anualmente percorrem o Caminho Central Português de Santiago de Compostela - o segundo itinerário jacobeu mais importante da Europa - a existência de albergues em pontos estratégicos é fundamental, ainda mais, a sul do Porto, onde não existem muitos espaços próprios para pernoitar.

Para Albergaria-a-Velha, a criação de um albergue ganha, ainda, outra importância por ter sido neste concelho que a Rainha D.Teresa fundou a primeira albergaria para “pobres e passageiros” no século XII.

É de acrescentar, também, que as Rotas de Peregrinação têm um enorme potencial, não só no âmbito do contexto internacional do Turismo Religioso, mas também para a dinamização da economia local.

Para Álvaro Tavares, um dos dinamizadores do projecto e ele próprio peregrino, “é como estar a refazer a História mil anos depois! Albergaria nasce da construção de um hospital, somos um povo hospitaleiro por natureza e por tradição e queremos que os milhares de peregrinos que nos visitam, a maioria estrangeiros, sintam isso.

Que tenham um local onde pernoitar, onde cozinhem, tomem um banho e descansem, mas que sintam o peso do nosso nome na História!

A disponibilização do Albergue é um auxílio extremamente precioso para quem percorre os 600 km de Lisboa a Santiago, durante um mês a pé, e fará jus ao nosso topónimo, o saber Albergar!”.

Álvaro Tavares destaca, igualmente, o papel da Autarquia [na altura presidida por João Agostinho], “que foi fundamental, colaborando com a vontade de um grupo de cidadãos da sua comunidade, peregrinos, que consideram que o Município se poderá diferenciar positivamente no Caminho Português.”

Ao longo dos séculos, o Caminho Português de Santiago tem atraído milhões de peregrinos, alguns destes bastantes ilustres. Por Albergaria passaram D. Sancho II, em 1244, a devota Rainha Santa Isabel, que por aqui passou em 1326 e 1335, D. Manuel I, em 1502, e Francisco de Holanda, pintor, humanista e arquitecto português, em 1549.

Fonte: CMAAV (adaptado) (2013)

2 comentários:

Castro disse...

Só é notável que a Estrada Real, por onde se fazia o Caminho de Santiago, nem sequer passe em frente ao albergue. Que inteligência...

Anónimo disse...

Oh Castro, então e essa inteligência que diz que o Caminho tem que passar em frente ao albergue, vem de onde?
"a Estrada Real, por onde se fazia o Caminho de Santiago". De certeza?!
Para a próxima é melhor ficar tudo parado a aguardar que o Castro trate do assunto, para não haver erros.