Bernardino de Albuquerque era filho de Bernardino Máximo de Albuquerque, da Casa-Solar da Rua de Cima. Estudou no Liceu de Aveiro e, terminado o curso de Direito, na Universidade de Coimbra, seguiu a carreira da Magistratura e aposentou-se quando Juiz de 1ª Classe, para vir para a sua terra e a ela se dedicar inteiramente.
Foi o principal obreiro da fundação da Misericórdia de que foi Provedor durante mais de uma dezena de anos, tendo mandado construir o seu primeiro Hospital, na Assilhó.
Criou a Sopa dos Pobres, juntamente com D. Laura Cabral, instituição largamente por si financiada. Além disso, organizou peditórios a favor dela e a favor do Hospital, tendo ficado célebre o cortejo de oferendas, em 1944, em que se incorporaram 241 carros com oferendas de todas as freguesias do Concelho, tendo ainda angariado 400 contos em dinheiro.
Durante 11 anos foi Presidente da Câmara de Albergaria (Presidente da Comissão Administrativa até 1937 e Presidente efectivo até 1946), cargo então exercido graciosamente. Durante esse tempo transformou o centro da Vila que se mantinha quase como seu pai o deixara, meio século antes.
Abriu a Avenida para Assilhó, construiu a Alameda fronteira à estação do Vale do Vouga e ajardinou a Praça. Comprou o terreno para a construção dos C.T.T., mandou abrir a estrada de Angeja ao Fontão e electrificou vários lugares e mandou explorar água em pontos diversos das freguesias. Tudo isto apesar das dificuldades, da carência de combustíveis e de materiais de construção, causadas pela II Guerra Mundial.
Foi também Presidente da Associação dos Bombeiros.
Doou à Paróquia o terreno onde, próximo da Igreja Matriz, foram construídas a Residência e o Centro Paroquiais.
Faleceu em Novembro de 1960, com 84 anos.
Fonte: António Homem de Albuquerque Pinho, “Gente Ilustre em Albergaria-a-Velha”
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