A antiga Estrada Real e a Estrada Aveiro-Viseu eram as duas principais vias de comunicação que atravessavam Albergaria-a-Velha. Estas ruas cortavam a povoação e por aqui fazia-se passar quase todo o trânsito que se deslocava de norte para sul e do litoral para o interior.
Em 1820, foram calcetadas as duas principais ruas de Albergaria-a-Velha, a Estrada Real e a Rua de Campinho (parte da acima citada). A primeira, segundo apontamentos de Bento Álvares Ferreira, ficou muito bem arranjada. De tempos a tempos procedia-se a estes trabalhos de conservação e conservação de estradas, empregando-se o maior cuidado na Estrada Real, não só por ser a mais frequentada, mas por ser a Estrada Militar entre Lisboa e Porto. (…)
A parte cujo pavimento foi completamente renovado ficou por isso com o nome de Calçada. Este nome existia já no século XVII, embora a rua tivesse tido várias calcetagens de fraca qualidade que eram temporariamente danificadas com as enxurradas de águas (…)
Por Decreto de 14 de Abril de 1856 foi criada a estrada (de macadame ou macdão como se dizia na época) entre Aveiro e Viseu, seguindo o Vale do Vouga, de que aproveitaram Angeja, Albergaria-a-Velha e Mouquim.
Foi um melhoramento considerado então de primeira ordem para a nossa vila, em prejuízo de Águeda, que empregou os maiores esforços no sentido do traçado passar por aquela vila.
Quem venceu todas as dificuldades, fazendo aprovar o traçado do Vale do Vouga, foi o grande tribuno aveirense José Estevão Coelho de Magalhães contra as fortes influências de Águeda lideradas pelo Conde da Borralha e pelo Marquês da Graciosa.
A Estrada Real foi alargada e reparada, de novo em mcdão, em 1862, comprometendo-se a nossa Câmara a pagar as despesas de expropriação dentro da Vila. O último pagamento foi de 65$700 reis, autorizado em sessão de 14 de Janeiro de 1863.
Fonte: Delfim Bismarck Ferreira, Jornal de Albergaria (09-07-2002) (adaptado)
Imagem: Fonte / Campinho in "Albergaria-a-Velha – Oito Séculos do Passado ao Futuro” (António Homem de Albuquerque Pinho)
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