quarta-feira, 20 de abril de 2016

Valorização das Mamoas do Taco


As Mamoas do Taco, conhecidas no Concelho de Albergaria desde o final do século XIX e escavadas na década de 80, sob supervisão do arqueólogo Fernando Silva, sofreram obras de recuperação depois de uma campanha arqueológica ocorrida entre 2014 e 2015, sob direção do arqueólogo Pedro Sobral Carvalho, sendo agora transformadas num pequeno centro interpretativo.

Inaugurado no dia 18 de Abril, Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, este polo museológico ao ar livre, inclui a colocação de painéis informativos, brochuras e sinalética que permitem que sejam visitadas, ao mesmo tempo que se preservaram os achados e as pedras originais com gravuras rupestres, com cerca de 6000 anos.


Localizadas na Zona Industrial de Albergaria-a-Velha, no Arruamento D, entre as fábricas Grohe e Bimbo, as duas mamoas que resistiram à urbanização do Concelho foram alvo de uma intervenção, entre 2014 e 2015, que permitiu a sua valorização e restauro.

Os resultados do trabalho desenvolvidos recentemente foram apresentados na Biblioteca Municipal, conjuntamente com o lançamento de “Taco a Taco – A história de 2 monumentos”, uma "brochura" da autoria de Pedro Sobral Carvalho.


As mamoas são sepulturas colectivas do período Neolítico, anteriores à idade do Cobre e do Bronze, antes do domínio da escrita. Com a erosão da terra e as práticas agrícolas e florestais do nosso tempo, as mamoas acabam por perder a sua forma de elevação suave restando apenas pedras que se vão perdendo. O arqueólogo calcula que os povos primitivos tenham movimentado mais de duas toneladas de terra para construir as mamoas.

Na Mamoa 1 já era conhecida uma gravura rupestre, fixada numa laje através da técnica de pontilhado, representando quatro combinações de círculos concêntricos. Na Mamoa 3, a campanha recente encontrou vestígios de utilização posterior à sua construção, cerca de 4 mil anos depois de edificada. A Mamoa 2 foi arrasada nos anos 80 para dar lugar a uma estrada.


Além das gravuras que já eram conhecidas na Mamoa do Taco 1, foram descobertos fragmentos de cerâmica, machados de pedra polida e uma mó manual que terá servido para pintar as paredes do dólmen. Entretanto, o Instituto Superior de Tomar está a analisar os resíduos de pigmentos encontrados numa mó de pedra, que têm levantado a hipótese de o interior da câmara ter estado coberto de pinturas.

Fontes: CMAAV / Jornal Beira Vouga / Metronews

Video: Ribeirinhas TV


 

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