sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Celulose do Caima (II)


No ano de 1888 é fundada a “The Caima Timber Estate and Wood Pulp Company Ldª”, cuja actividade principal seria ao longo de mais de um século a produção de pasta para o fabrico de papel.

Para tal fim foi adquirida por 36 mil réis a vasta “Quinta do Carvalhal”, situada entre as freguesias de Ribeira de Fráguas e Branca, composta por casas de habitação, pinhais e terras lavradias, nas margens do rio Caima e o vendedor foi William Cruickshank, Director das Minas do Palhal, em Silva Escura - Sever do Vouga.

Nas enormes instalações fabris agora sem vida laboraram ao longo de gerações largas centenas de trabalhadores, tendo sido uma das maiores indústrias portuguesas, senão a maior durante algum período, com mais de um século de história e laboração.


Por volta de 1925 iniciou a comercialização de pasta de eucalipto. Em 1960 construiu a sua segunda fábrica – em Constância –, sendo pioneira na introdução de pasta TCF no mercado.

Em 1998 a COFINA adquire uma participação minoritária na companhia e, em Outubro do mesmo ano, anuncia o lançamento de uma OPA. Em Dezembro de 2000 são conhecidos os resultados da OPA, com a COFINA a garantir 85,3% do seu capital social, tendo optado por concentrar a actividade da empresa na fábrica de Constância.



Três gerações a trabalharem na Caima

José da Silva, dos 10 aos 65 fez um pouco de tudo. Nascido a 25 de Novembro de 1923, pouco tempo teve para gozar a meninice, já que saído da escola com 10 anos, logo seguiria as pisadas de seu pai, Manuel da Silva e foi como pequeno operário acartar carvão para as caldeiras de fogo da grande fábrica de produção de pasta de papel “Caima Pulp”, que entretanto com instalações totalmente renovadas em 1926 se tornaria a mais antiga fábrica de pasta de papel de eucalipto da Europa.


A quem interessa o abandono da Celulose do Caima ?

A quem lá trabalhava, não!... Mas não foram só os trabalhadores que ficaram sem o emprego, dezenas de fornecedores locais viram ir-se embora um bom cliente!

O encerramento total das instalações da Celulose do Caima S. A., em Fradelos - Branca, passando a sua actividade para a unidade indústrial em Constância, deixou ao abandono um património arquitectónico fabril, no valor de milhões de euros, e sem emprego, no lugar de Fradelos e em toda a região do Caima, largas dezenas de pessoas.

Fontes: Caima Jornal / Caima

Imagens: Lugares esquecidos / Prave

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