quinta-feira, 9 de setembro de 2010

São Martinho de Soure (? - 1145)

A Branca foi berço de São Martinho de Soure, um grande mártir religioso que viveu no tempo de D. Afonso Henriques.

D. Martinho foi oferecido, ainda jovem, pelos seus pais, Aires Manuel e Árgio, à dependência do bispo D. Maurício, que terá ficado na sua casa (em Fradelos, actual freguesia da Branca, concelho de Albergaria-a-Velha) quando passou por Auranca a caminho de Coimbra.

Conforme em sua Vita se diz: Fuit itaque progenitus in vico qui dicitur Auranca, qui, ut fertur, ab urbe Colimbriensium XXVIº distat miliario. Na tradução de Aires do Nascimento (1998, p. 229): “Nasceu ele, pois, numa aldeia chamada A-Branca que, como é sabido, dista vinte e seis milhas da cidade de Coimbra”.

As milhas aqui indicadas não correspondem às romanas de 1480 m, mas às francesas de 2222 m, que teriam sido introduzidas na região de Coimbra no tempo do conde D. Henrique. S. Martinho de Soure morreu em 1145 e a sua Vita terá sido escrita, por Salvado, no mosteiro de Santa Cruz por volta de 1150.

Soure

Envolto em lenda e mistério, o herói da reconquista cristã e do povoamento de Soure, Martinho Árias ou S. Martinho de Soure, na invocação popular, apesar de não ser natural de Soure, foi para essa localidade quando já era cónego da Sé de Coimbra, com seu irmão Mendo, também eclesiástico do mesmo cabido.

Supõe-se que, após a investido muçulmana e a destruição do castelo de Soure, Martinho Árias foi encarregado de ali restaurar a igreja e de prestar assistência religiosa aos moradores. Esta missão tornava-se ingrata e perigosa porque Soure se situava no limite do território cristão e a população era composta de cristãos e de mouros, que coexistiam na diversidade dos seus cultos e costumes.

Segundo o cronista, em 1144, o governador de Santarém Abu-Zakaharia ocupou Soure, que destruiu e levou cativa parte da população para Santarém, com excepção de Martinho Árias, que foi conduzido a Córdova, onde viria a morrer anos mais tarde (em cativeiro).

Fontes/Mais informações: Escolas de Soure / Leitura.Gulbenkian / Igespar (pág.11) / "Auranca e a Vila da Branca: perspectivas" de Nélia Maria Martins de Almeida Oliveira / wikipedia

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