sábado, 10 de novembro de 2012

A História, sem as pessoas, perde a sua magia !


“Não nos interessava fazer um catálogo só sobre a construção; as memórias do Cine-Teatro Alba são as memórias das pessoas!”. Perante uma plateia constituída por alguns dos munícipes que ajudaram a construir o Cine-Teatro Alba, na década de 1940, e de muitos familiares e amigos, Paulo Monteiro, Técnico do Arquivo Distrital de Aveiro, explicou as linhas que nortearam a preparação da exposição de abertura do renovado Cineteatro e a elaboração do Catálogo “Alba: Memórias do Cine-Teatro”, cuja apresentação decorreu na tarde de 28 de outubro.

Fruto de uma parceria entre a Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha e o Arquivo Distrital de Aveiro, este trabalho dá-nos uma perspectiva real do período de construção do Cine-Teatro e dos seus primeiros anos de actividade. Para além da pesquisa documental e fotográfica, foram efetuadas inúmeras gravações dos depoimentos das pessoas que trabalharam e se divertiram no Cine-Teatro Alba nos seus primeiros tempos. “Este foi um trabalho vastíssimo, que contou com o vosso empenho, as vossas vivências, as memórias retiradas do baú”, afirmou Paulo Monteiro, tendo, ainda, acrescentado que “a História sem as pessoas perde a sua magia!”.


Duarte Machado, colaborador activo do Arquivo Municipal de Albergaria-a-Velha, e um dos responsáveis por este trabalho de recolha de testemunhos e registo de memórias, explicou que, durante a elaboração do Catálogo, houve momentos de uma comoção muito grande, não só de quem fazia o relato, mas também de quem escutava. Na sua intervenção, destacou, ainda, o papel importante de Américo Martins Pereira, para quem o Cine-Teatro Alba era a menina dos seus olhos; “as pessoas de Albergaria devem dar o justo valor a este senhor, pois ele bem merece.”

Após a contextualização e apresentação do Catálogo, houve a projecção do filme que acompanha esta edição, tendo o Presidente da Câmara Municipal, João Agostinho Pereira, oferecido exemplares aos munícipes que contribuíram para a concretização deste trabalho. (...)

O Catálogo “Alba: Memórias do Cine-Teatro”, é uma edição limitada de 1.000 exemplares numerados, e pode ser adquirido no Cineteatro Alba, na Biblioteca Municipal ou no Arquivo Municipal pelo preço de 15 euros.

Fonte: CMAAV (adaptado)


Depoimento de  Maria Celina Lopes de Carvalho (em jornal "Beira Vouga")

“Éramos 12 moças e tínhamos muito orgulho em trabalhar no Cine-Teatro Alba. As salas estavam sempre cheias, os filmes eram muito bons e as pessoas eram muito delicadas e selectas. Foi no Baile de Carnaval do Cine-Teatro Alba que conheci o meu marido. Era uma grande alegria, um ambiente muito bom”.

Quem recorda é Maria Celina Lopes de Carvalho que, aos 15 anos, trabalhou no bengaleiro do antigo Cine Teatro Alba. Hoje, com 77 anos, restam-lhe as lembranças. Memórias que, recentemente, foram reunidas no Catálogo “Alba: Memórias do Cine-Teatro”, fruto de uma parceria entre a Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha e o Arquivo Distrital de Aveiro.

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