segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

"ALBA - ALBERGARIA-A-VELHA | Ser e (re)Ser - Da unidade fabril à unidade urbana - o projecto e a construção de uma singularidade urbana entre sonho e a vida" (09-11-2012)



Rui Tavares, investigador do Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo da FAUP, natural de Aveiro, integrou a comissão científica da 1º conferência Filantropia e Arquitectura: período 1880.1920, organizada pela Universidade Lusíada de Lisboa.

Para além da sua intervenção ao nível das Keynotes, o investigador do CEAU irá ainda participar como orador nesta conferência, com a comunicação intitulada "ALBA - ALBERGARIA-A-VELHA | Ser e (re)Ser - Da unidade fabril à unidade urbana - o projecto e a construção de uma singularidade urbana entre sonho e a vida", com Ania Abrantes - Arquitecta, mestre em Património e diplomada pelo CEAPA - FAUP.


Resumo da comunicação:
 
A Fábrica Alba, fundada em Albergaria -a-Velha ainda durante o período da primeira república é, então, uma das indústrias metalúrgicas de produção de materiais domésticos e equipamentos diversos que se apresenta como uma unidade de ponta, em tecnologia e em projecto económico e social.

Dominada pelo seu fundador e principal técnico, Martins Pereira (Comendador) empresário empreendedor e de fortíssima consciência social e humana, a fábrica Alba vem a tornar-se em um caso de sucesso nacional, de grande nível económico, social e cultural, contribuindo, decisivamente, para conhecimento das características da indústria nacional fora de Portugal.

A sua carteira de encomendas permite-lhe dominar, praticamente, o panorama nacional ao nível da produção de materiais de consumo e equipamento doméstico, bem como de equipamentos diversos para os espaços urbanos de Portugal (são, verdadeiramente, os primeiros desenhos e produtos nacionais para os jardins e outros espaços das nossas cidades e vilas). 


Só por isso a sua importância é de uma notável afirmação e colhe um lugar de destaque na economia nacional, entre a primeira república e o Estado Novo; mas não foi só no panorama da produção industrial que o seu lugar se evidenciou, pois a consciência do seu fundador, conhecedor informado e viajado pela europa e pelo mundo, cedo se afirmou como uma distinção de carácter empresarial e, então, acolhe uma obra pioneira (pela sua natureza e dimensão urbana) no panorama nacional: a unidade fabril é a sede e o elemento gerador de um conjunto de outros elementos e acções construtivos, tendo como objectivo primeiro o bem estar da sua população operária e, como objectivo segundo, o bem estar da população que habita a então "minúscula" e "paupérrima" vila de Albergaria-a-Velha, situada na antiga estrada real, entre Aveiro, Águeda e Coimbra; (...)

(...) assim, as unidades de residência dos operários e dos funcionários superiores e dos donos da empresa, complementam o estádio de futebol, o cine-teatro, o hospital, a casa da criança, as residências dos juízes, desenhando uma estrutura urbana de facies modernista e já não, "nunca mais", de facies oitocentista, afirmando a capacidade de estar no seu tempo histórico estando em outros tempos históricos que se abriam como um futuro sonhado e vivido.

2 comentários:

jorge disse...

Albergaria-a-Velha cada vez está pior, não e que no outro dia passei pela casa turco e estava fechada com papel nos vidros a tapar, será que vão deixar morrer esta receita centenária?

Blogger disse...

a casa turco já foi reaberta (com outros donos), mas a D. Margarida continua a vender os turco (que também estão à venda na casa turco)