quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Gonçalo Eriz (1082-11--)


Gonçalo Eriz, Senhor de Aveiro, íntimo da Rainha, terá nascido no ano de 1082 fruto do casamento entre Ero Gonçalves de Marnel e Ildôncia Mendes Madredulce (existe a possibilidade de não ser esta a sua mãe mas sim Ausenda Honoriques).

Dentro também desta hipótese, terá tido duas irmãs: Condessa Eriz e Patrina Eriz (embora muitos pensem que Godinha Eriz – casada com Godesendo Cendreiro – possa também ser sua irmã). Neto de Gonçalo Viegas de Marnel e Chamoa Honorques e bisneto de Egas Eriz de Marnel.

Terá sido casado por duas vezes. No entanto, apenas o segundo casamento lhe é reconhecido pela Rainha, D. Teresa. Ainda assim, a primeira união está bem documentada. O seu primeiro casamento é com Matreona Ramires do qual nasceu Urraca Viegas de Marnel (casada mais tarde com Fernando Afonso de Toledo do qual nasceu Teresa Fernandes de Marnel e Henrique Fernandes de Toledo, “o Magro”); quanto a Paio Gonçalves, sabe-se apenas que, a 26 de fevereiro de 1133, vendeu aos beneditinos de Pedroso (ordem religiosa católica) metade de Assilhó e da albergaria (sinónimos: estalagem, pousada, albergue, abrigo…) que então afirmou ser herança deixada por seu pai, Gonçalo Eriz. Por essa razão, se pensa que este já teria morrido no início da década de trinta.

Teve então um segundo casamento com Onega Romarigues e dele terão nascido Fernando Gonçalves (casado com Maria [Nunes] e do qual nasceu Mem Fernandes) e Adosinda Gonçalves (casada com Soeiro Mendes do qual nasceram Fernando Soares e Maria Soares). Existe igualmente a referência a dois outros filhos: Paio Gonçalves de Marnel – associado ao casamento com Matreona Ramires (há a possibilidade de ser filho de uma das irmãs ao invés de ser de Gonçalo Eriz) – e Mendo Gonçalves – não se sabendo quem será a mãe.


Em 1117, D. Teresa, Rainha de Portugal e mãe de Afonso Henriques, viajava por terras da feira e, devido ao facto de ter necessitado de um lugar seguro para dormir, pediu ajuda ao Senhor de Aveiro e seu amigo, o fidalgo Gonçalo Eriz, que a deixasse passar a noite nos seus aposentos, pedido a que este acedeu.

Como reconhecimento por tão sincero gesto de hospitalidade, a Rainha doou ao fidalgo Gonçalo Eriz as vastas terras de Osseloa onde, por retribuição, o fidalgo se comprometeu a manter aberta uma albergaria para acolher os viajantes pobres. Naquele tempo, as pessoas eram todas muito religiosas e um gesto de bondade era hospedar os peregrinos. A albergaria era um chão com palha e sal para ajudar a cozinhar qualquer coisa.


Esta oferta aconteceu através da escrita da Carta de Couto de Osseloa, documento que é considerado o primeiro em que Portugal aparece com o título de reino e constitui a certidão de nascimento e de baptismo de Albergaria-a-Velha. Está guardada no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa, onde se guardam os originais dos mais importantes documentos históricos desde o século IX até aos dias de hoje.

Após a sua morte, estas terras terão passado para os seus filhos e, após a morte destes (descendência directa), terão voltado para as mãos do Rei.

Fonte: PRAVE 

Sem comentários: