quarta-feira, 10 de julho de 2013

Minas de Telhadela


Fazendo jus ao importante papel que desempenhou na exploração mineira da região, Diederich Mathias Feuerheerd viria a descobrir também, em 1854, a mina de Telhadela, situada nas freguesias de S. Tiago da Ribeira de Fráguas e de S. Vicente da Branca, no concelho de Albergaria-a-Velha.

A mina obteve diploma de descobrimento legal, em 19 de Abril de 1859, e alvará de concessão definitiva em 2 de Abril de 1861, numa altura em que Mathias Feuerheerd havia já cedido os direitos sobre a concessão a seu filho Hermann Lourenço Feuerheerd.

Em 2 de Dezembro de 1865, constituía-se, em Lisboa, a Companhia das Minas de Telhadela, que viu aprovados os seus estatutos por Decreto de 7 de Novembro de 1865 e instituída a transmissão de propriedade mineira, em 20 de Fevereiro de 1866.



As minas de Telhadela iniciaram a sua exploração em 1866, produziam cobre, prata e há quem diga que também algum ouro. A exploração mineira é ancestral na freguesia, tendo sido no século XIX que ela se intensificou, designadamente as minas do Coval da Mó e Volta de Telhadela, nas quais se extraía cobre e chumbo. A mina era inicialmente formada pela concessão da Volta e Lomba, vindo, mais tarde, a juntar-se-lhe as concessões de Esperança e de Samuel.


Iniciados os trabalhos de exploração junto à povoação de Telhadela, nas margens do rio Caima, desde logo se reconheceu a necessidade de aumentar o campo de lavra, na direcção em que se estendiam os filões mais importantes. Em 25 de Outubro de 1867, o engenheiro da companhia, Arménio Breithaupt, registava a mina da Esperança, a Norte, e em 28 de Outubro de 1868 a de Samuel, a Oeste, cedendo depois à companhia esses manifestos. As concessões definitivas seriam obtidas em 1 de Março de 1875. Os minérios aqui explorados foram a calcopirite, a galena e blenda e a niquelina.

O dinamismo revelado no andamento dos trabalhos durante os primeiros anos de laboração e as boas condições de transporte, em que a mina se encontrava – próxima da estrada que ligava o Palhal à estação de caminho -de-ferro de Estarreja –, faziam augurar um futuro promissor para esta concessão.


Após a constituição da sociedade anónima Companhia das Minas de Telhadela, as pesquisas e o desmonte do minério conheceram um significativo incremento. Foram instalados aparelhos de concentração e de lavagem, a respectiva oficina de preparação mecânica dos minérios e um conjunto avultado de infra-estruturas de apoio à extracção e transporte.

Os trabalhos de investigação e desmonte produziram, no ano de 1869, 226.741 toneladas de cobre e 6.609 de niquel, sendo o mineral, na sua totalidade, exportado para Inglaterra. Apesar do incremento verificado na exploração durante os primeiros anos, a baixa do preço dos metais e o empobrecimento gradual do jazigo, levaram à paralisação definitiva dos trabalhos, no final da década de 80 do século XIX.

Fontes: Francisco Vitorino (Estruturas empresariais e investimento estrangeiro nas minas do distrito de Aveiro: o caso das Minas do Vale do Vouga) (adaptado) / wikipedia

Imagens: Nuno Jesus / internet

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