segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Francisco Sousa, o "Xico do armazém"


Francisco Sousa e a esposa Maria Alice foram os roupeiros do Campo do Alba, daí as alcunhas Chico e Alice do Campo.
 
Francisco trabalhou durante 27 anos no armazém da Alba mas, a dado momento, quis construir o seu próprio negócio. O armazém sediou-se, inicialmente, junto ao Cine Teatro Alba, mas volvidos uns meses mudou-se para o armazém de Açores, que se mantém até hoje e já lá vão cerca de 44 anos.

Começou a trabalhar, praticamente, sem dinheiro, valendo-se apenas dos conhecimentos que já tinha e da amizade. Era no tempo em que não havia mercadoria, tinha que se procurar, era difícil entrar nas firmas.

Inicialmente comercializava rebuçados, conservas e pouco mais … Entretanto, conseguiu uma marca de água e seguiram-se as cervejas e uma marca de arroz muito boa que era da família do Duque de Bragança. Depois, arranjou açúcar porque a isso foi obrigado. Nessa altura, tinha como cliente a Cantina do Caima e eles pediram-lhe e, para não perder um cliente, pôs-se a magicar e, como todas as semanas ia ao Porto, foi à fábrica, explicou a situação e lá conseguiu.
Era ele que fazia tudo: comprava, vendia, entregava, facturava. E inclusive vendia-se e comprava-se com facturas de colegas, coisa que, hoje em dia, é impossível.


A certa altura, os filhos e filhas seguiram as pisadas do pai e começaram a auxiliá-lo no negócio, que entretanto alterou o nome para Mercocentro-Comércio de Produtos Alimentares e Bebidas, Lda.

Na memória de Francisco Sousa está bem nítida a altura em que começaram a surgir as grandes superfícies comerciais que começaram a enfraquecer e a afundar os pequenos negócios locais. Actualmente está muito difícil. O armazém exporta para o Luxemburgo, França, Bélgica e Alemanha e isso vai aguentando-o.

Fontes: Correio de Albergaria (adaptado) / Facebook

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