sexta-feira, 25 de setembro de 2009

A origem de algumas ruas de Albergaria-a-Velha (IV)

A Rua dos Casaes [actual Rua Castro Matoso], que não passava de metade da actual rua, (*)tinha o nome de Casaes, bem como o sítio onde se construiu a actual Igreja Paroquial de Albergaria-a-Velha e parte do lado superior da Rua dos Curraes [Rua Gonçalo Eriz], [já existente] desde (…) o século XII.

(*) seguindo dali até um carreiro até encontrar um outro que vinha das Trapas, e seguia através dos Sanguinhães (local onde se encontram o edifício dos Paços do Concelho e Praça Comendador Ferreira Tavares) até a Alagoa [Rua Barros Gomes]

Os Curraes tiveram esta designação porque os casais ou famílias que vieram residir para Albergaria fizeram as suas casas na parte mais alta (Casaes e Outeiro) e os apriscos e currais de gados junto ao regato.

(…) Outeiro [era] o nome pelo qual era conhecida a pequena elevação fronteira à Igreja e que vai até à antiga Rua de Cima, local onde ainda hoje se encontra a “Casa do Outeiro ou da Rua de Cima”, propriedade do Dr. José Homem de Albuquerque Ferreira.

Em 24 de Dezembro 1869, de novo por proposta de Patrício Theodoro Álvares Ferreira, deliberou a Câmara Municipal que a Rua dos Curraes se passasse a denominar Rua Gonçalo Eriz, a Rua da Calçada a Rua Mártires da Liberdade, a Rua Direita a Rua do Real Hospital de Albergaria, o Largo do Atoleiro (Chafariz) a Largo Dª Teresa e a Rua da Ladeira a Rua Serpa Pinto. Na mesma sessão, o Presidente propôs que a Rua da Alagoa passasse a Rua Barros Gomes e a Rua dos Casaes a Rua Castro Matoso.

Já em 26 de Maio de 1919, para romper a Rua das Cruzes desde o princípio do Calvário (Cruzes) até à Quinta do Dr. Carlos Luiz Ferreira (Quinta das Cruzes), removeram as seis cruzes que se encontravam dispostas sem ordem e colocaram-nas em linha recta do lado nascente daquele largo.

Fonte: Delfim Bismarck Ferreira, Jornal de Albergaria (09-07-2002) (adaptado)

Imagem: Rua Castro Matoso in "Albergaria-a-Velha – Oito Séculos do Passado ao Futuro” (António Homem de Albuquerque Pinho)

1 comentário:

OF disse...

E na Branca:

http://www.litoralcentro.pt/index.php?zona=ntc&tema=14&id=1713

Ficou concluída recentemente a ligação Fundo de Vila - Chaque, pelo antigo lugar da Nogueira. Com a ampliação do cemitério a norte foi rasgada uma pequena avenida com dois sentidos

Ficou concluída recentemente, na freguesia da Branca, concelho de Albergaria-a-Velha, a nova ligação Fundo de Vila - Chaque, pelo antigo lugar da Nogueira (Casas da Nogueira), que hoje se chama Chaque e que alguém por “ignorância” se lembrou de baptizar de Rua da Corga, quando o nome mais histórico deveria ter sido Rua da Nogueira.

Há uma razão muito simples: é que nesse local existiu uma casa de padres - mestres que em finais do século XVIII princípios do século XIX ensinaram alguns dos “vultos” da Branca desse tempo.

É uma zona por onde se estendia a freguesia Medieval da Branca, desde o Castro de São Julião até ao Fundus de villae, no período de ocupação romana, dando ligação à via Militar XVI Antonino o Pio e mais tarde a Strata Mourisca no tempo da ocupação muçulmana.

Agora, não na Idade Média, mas sim na Contemporânea, em pleno século XXI, no mês de Agosto de 2009, ficou não um caminho estreito a calçada como nos tempos me-dievais dos romanos e muçulmanos, mas sim uma rua grande com tapete a alcatrão, passeios pavimentados, rede de água e saneamento. Viva o progresso!

Com a ampliação do cemitério para norte foi rasgada uma pequena avenida com dois sentidos que vai desembocar no novo portão do “prado do repouso” do lado norte. Uma bela obra.

À entrada do lado direito foi colocado um cruzeiro em pedra de granito trabalhado e que se enquadra bem nesse local.