quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

José Frias de Oliveira e o Assalto ao Santa Maria (22-01-1961)

Henrique Galvão encontrava-se exilado na Venezuela desde Novembro de 1959. Como não dispunha de rendimentos fixos, as dificuldades económicas seriam grandes, pelo que procurava dedicar-se a expedientes que lhe pudessem garantir alguns rendimentos.

Foi durante o exílio que começou a preparar aquela que seria a sua acção mais espectacular: o desvio de um paquete cheio de passageiros [paquete "Santa Maria"], a que deu o nome de "Operação Dulcineia".


O "Santa Maria" escala o porto de La Guaira a 20 de Janeiro de 1961. Cinco
operacionais portugueses, um venezuelano e nove espanhóis, entram a bordo como passageiros de segunda classe. Com passes de visitante fornecidos pela agência do navio em Caracas, juntam-se outros cinco elementos, um espanhol e quatro portugueses, dois deles com 18 e 19 anos, respectivamente.

Henrique Galvão decidira, à última da hora, não embarcar em Caracas pelo facto de ser uma pessoa conhecida o que poderia comprometer a sua intenção de embarcar no Santa Maria em La Guaira.

A 20 de Janeiro dirige-se ao Aeroporto de Maiquetia, em Caracas, acompanhado de José Frias de Oliveira (natural de Alquerubim, emigrante na Venezuela), viajando então os dois de avião para a Ilha de Curaçao (...)

Assalto ao Santo Maria

No dia 21 de Janeiro de 1951 inicia-se em Curaçao, a "Operação Dulcineia", que se traduz no assalto ao "Santa Maria", rebaptizado pelos ocupantes de "Santa Liberdade" [numa acção política de luta contra o regime vigente em Portugal].

Comanda a operação Henrique Galvão, dissidente do regime, à frente de militantes do DRIL (Directório Revolucionário Ibérico de Libertação), treze portugueses, onze espanhóis e dois venezuelanos. Na acção, regista-se a morte de um oficial do navio e de dois feridos.

José Frias de Oliveira

José Frias de Oliveira, natural de Albergaria-a-Velha [Alquerubim], então com 38 anos, tinha vendido o táxi, com que ganhava a vida na Venezuela, para acompanhar Henrique Galvão.

Opinião de Henrique Galvão

"Eram, de todos os pontos de vista, excelentes ou francamente bons, homens como Sotomayor, Oliveira Frias, Camilo Tavares, Luís Fernandes, Pestana Barros, Graciano Esparrinha, Mota Oliveira – e medíocres, maus ou péssimos, os restantes..."

Fontes/Mais informações: José António Dias Mota Belo, "Santa Maria - O Paquete Rebelde" / Arteflow / História-Estarreja-Murtosa / wikipedia

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