quarta-feira, 13 de abril de 2011
Larus e Alba - Memórias de uma família com história
O bisavô talentoso
Entre as linhas que a Larus comercializa, está a Comendador, usada pelo atelier Risco no projecto para a Alta de Lisboa, onde há bancos, bebedouros, fontes e grelhas de árvores com a assinatura do designer.
É uma linha com uma história.
"Uma vez trouxe o Daciano da Costa a almoçar a Albergaria, à casa desenhada pelo meu bisavô. Passadas umas semanas, ele chamou-me e disse que me queria mostrar uma linha desenhada em homenagem ao meu bisavô."
Nasceu a linha Comendador, homenagem de Daciano da Costa (que morreu em 2005) ao antigo design das fábricas Alba e de Augusto Martins Pereira, comendador da Ordem do Mérito Industrial.
A avó "exótica"
(...) a história da Larus tal como é contada por Pedro Martins Pereira começa de uma forma inesperada, com uma senhora que, tendo nascido no Brasil e estudado nos Estados Unidos, "parecia um pouco exótica" aos olhos dos habitantes de Albergaria-a-Velha por andar de bicicleta e guiar um carro.
Isto passava-se na infância de Pedro, e a senhora era a avó, que tinha, além de tudo isto, o (bom) hábito de receber revistas americanas, "que nessa altura já falavam naturalmente sobre design".
Planos da família
Nasceu aí a relação de Pedro com o design. Mas os planos da família já estavam traçados e esperava-se que o rapaz, quando crescesse, viesse a ser chefe da fundição Alba, propriedade dos Martins Pereira.
"Está a ver os antigos postes de incêndio, as torres de iluminação, os bancos de jardim, as tampas de saneamento ?
Muito daquilo que ainda hoje se vê nas ruas foi desenhado pelo meu bisavô", o fundador da Alba.
Como previsto, Pedro foi trabalhar para a Alba — antes estudou engenharia em Coimbra, embora no início se empenhasse pouco nos estudos porque, às escondidas, inscrevera-se num curso de pintura, uma paixão antiga.
Arranque da Larus
Ao fim de alguns anos na Alba, saiu, em 1987, para criar a Larus com o designer e amigo Jorge Trindade. Começaram com um concurso para quiosques em Aveiro. "Ganhámos. Eu não tinha edifício, nem funcionários, nem equipamento. Não tinha nada. Aluguei umas escolas antigas, contratei um funcionário excelente, que começou a trabalhar depois das seis da tarde porque no início desconfiava um bocado daquilo, e paguei as máquinas a prestações."
ProjectoAlba
Em 2000, a Alba estava com dificuldades financeiras e Pedro Martins Pereira comprou a velha empresa da família, ficando com a marca e os produtos de referência do catálogo.
Responsabilidade social
(…) há valores que vêm do ambiente em que Pedro cresceu. O bisavô achava que a fábrica Alba tinha responsabilidades sociais e por isso criou um bairro residencial, um centro cultural, um campo de jogos e dois cinemas, os Cine-Teatros Alba de Sever do Vouga e de Albergaria-a-Velha.
Fonte: Revista Pública (Janeiro, 2011)
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