quarta-feira, 20 de setembro de 2017

José Armando da Silva Ferreira, advogado (1933-2013)


José Armando da Silva Ferreira nasceu a 19 de Agosto de 1933 em Albergaria -a-Velha, filho de Ezequiel da Silva e de Esmeralda da Silva Ferreira.

Frequentou os Seminários dos Olivais e de Évora, abandonando quando estava para ser ordenado sacerdote para se casar em 1963 com Mana Aida Coelho de Lemos da Silva Ferreira.
Licenciou-se pela Faculdade de Direito de Lisboa, em 17 de Outubro de 1967, começando por ser Inspector do Instituto Nacional de Trabalho. Inscreveu-se como Advogado em 25 de Agosto de 1969, passando a exercer em Lisboa.


Silva Ferreira escreveu o Manual de Direito do Trabalho III Volume, publicado em 1972 pela FDL (Faculdade de Direito de Lisboa) e foi Administrador das Galerias RITZ , em Lisboa, em 1973.

Ainda no período pré-revolucionário foi advogado do editor Romeu de Melo no âmbito do famoso  caso das “Três Marias”, no processo relativo à obra “Novas Cartas Portuguesas”, a qual logo após publicação foi considerada deletéria [nociva] ao regime e proibida pela censura. Os textos foram considerados “imorais” e “pornográficos” pois retratavam mulheres livres, que questionavam a sua identidade e expressavam o desejo de aceder a novas ideias sociais e religiosas, em tom de revelação, com várias vozes narrativas”. O processo acabaria suspenso e as autoras absolvidas somente após o 25 de Abril de '1974.

Ao fundo à esquerda
Após o 25 do Abril, Silva Ferreira integra o movimento ligado às artes e à política, fazendo parte do seu núcleo de amigos: Sousa Tavares, Natália Correia, Amadeu Dias, Paiva de Carvalho, Carvalho Fernandes, José Drago, entre outros. No Verão Quente foi sequestrado na Praça de Londres, em Lisboa, por um grupo de manifestantes. O seu nome constava na célebre lista do Campo Pequeno de Otelo Saraiva de Carvalho.

Em 1975, com Adelino da Palma Carlos, colabora e elabora normas constitucionais na área do Direito de Trabalho que viriam a constar do texto de1976 da Constituição. Como advogado da IPM – Indústria Portuguesa de Munições foi, por diversas vezes, ameaçado pelas FP 25. Nos anos 80 foi advogado do Prof. Dr. Virgílio Borges no gigantesco processo que a Câmara Municipal de Cascais lhe moveu sobre a implantação do maior painel solar fotovoltaico que veio a ser aprovado e implantado.

Foi também advogado da RENA e da Alitalia, bem como de importantes clientes internacionais. Presidente da Assembleia Geral da ENGIL e da Air Liquide e Vogal do Conselho Distrital de Lisboa da Ordem de Advogados (no triénio 1984-1986).

Foi administrador do Legado Napoleão, por indicação da Câmara Municipal, do qual se afastou no final dos anos 90 por divergências com a autarquia presidida pelo Dr. Rui Marques.

Exerceu advocacia até Dezembro de 2005, altura em que se aposentou e transferiu residência para Albergaria-a-Velha onde faleceu em 19 de Abril de 2013.

Fonte: Correio de Albergaria (Adaptado)

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