A existência de um monopólio RDP / RR impediu que o sector se desenvolvesse normalmente até que em 1984 algo começa a mudar e surgem as chamadas... Rádios Piratas.
Estas rádios, também chamadas de "livres", reflectiam a falta de legislação sobre radiodifusão e a inexistência Jurídica que impedia que grupos económicos privados pudessem abrir as suas próprias estações.
Com a nova legislação, aprovada de 1988, as condições impostas para a legalização das rádios piratas, que proliferavam por todo o país, não permitiram que nenhuma destas rádios continuasse a existir em Albergaria.
Rádio Osseloa
A 11 de Fevereiro de 1986 foi para o ar pela primeira vez a Rádio Independente de Albergaria (RIAV), que constituída em cooperativa, veria o seu nome alterado meses depois para Rádio Osseloa — C. R. L.
Poder-se-á dizer que não foi fácil a sua implantação e quanto ao seu nascimento ele observou-se com um certo medo e indesmentível pessimismo. Talvez quem sabe, se uma experiência e nada mais! Mas assim não aconteceu.
Com o saber, esforço e tenacidade dos seus fundadores srs. Horácio Araújo Gomes, Fausto Pereira Gomes e seu filho Manuel Pereira Gomes a rádio local fez ouvir a sua voz. Quanto a estúdios é que a coisa nem sempre andou bem, isto é, andou-se de Caifaz para Pilatos como soe dizer-se, valendo neste aspecto a boa vontade de`diversas pessoas (...).
Rádio Talábriga
A Rádio Talábriga, instalada na base da torre da Quinta do Torreão, cujas reuniões para acerto da grelha de programação eram efectuadas na padaria que existia ao lado, na Praça D. Teresa, junto aos fornos e aos sacos de farinha.
A antena desta rádio ainda se podia ver até há poucos anos atrás no alto da torre da Quinta do Torreão.
Memórias
Ficaram as memórias de quem um dia se aventurou a emitir e a tentar fazer rádio em Albergaria-a-Velha. Seria interessante recuperar essas memórias, apontamentos ou documentos, talvez algumas fotos, ou mesmo algumas velhas cassetes com registos de emissão.
Fontes: Beira Vouga nº 395 / Jorge Carvalho / anos80.no.sapo
Outras Rádios:
Existiu igualmente uma Rádio em Vale Maior. E o Lions Clube de Albergaria manteve durante algum tempo uma emissão semanal que era assegurada por Narciso Cruz e de cujos programas ainda existem as cassetes gravadas.
Outros colaboradores das rádios albergarienses
António Amador, Hélder Castanheira, Helena Machado, Jacinto Martins, José Gomes, Paulo Moniz, ...
Agradece-se informações adicionais (em comentários ou blog.3850@yahoo.com)
12 comentários:
Ainda hoje existe uma frequência atribuída ao concelho de Albergaria. http://www.mundodaradio.org/flux/viewtopic.php?id=252 101.9 - Outros nomes: Lena Machado, José Manuel Alho (http://www.eb1-curval.rcts.pt/coord_escola09.htm), etc
O Sr. Augusto Silva e os seus filhos (Edgar Jorge e Elmano Jorge) também ligados ao concelho de Sever do Vouga também estiveram envolvidos.
Julgo que o Sr. Augusto Silva e os seus filhos (Edgar Jorge e Elmano Jorge) estavam ligados à Rádio Voz do Vouga (ou algo similar).
Essa rádio era do concelho de Sever do Vouga, mas tentaram obter - sem sucesso - a frequência atribuída ao concelho de Albergaria.
Posteriormente, ficaram com a direcção do Jornal Beira-Vouga que passou a abranger os concelhos de Albergaria e Sever
José Manuel Alho fez "locução na extinta rádio (pirata) Talábriga e na Rádio Soberania de Águeda".
Teria uns 15/16 anos quando colaborou com a rádio de Albergaria
Tenho ideia que a Talábriga teria ligações ao Colégio de Albergaria (os colaboradores seriam - na sua maioria - estudantes do Colégio)
Estarei certo ou errado ?
Estávamos em 1987, o programa chamava-se "A Ronda do Mocho", em homenagem à coruja das torres que nidificava nas imediações do torreão. Aos sábados à noite, entre as 23.00 e a 01.00 da manhã. Éramos o último programa da grelha e cabia-nos a tarefa de fechar a porta e deixar a chave no sítio combinado. Muita música da preferência dos autores, alguma poesia portuguesa e textos de ocasião. Os autores, Armando Ferreira e Paulo Tavares, tinham por vezes a colaboração do amigo Carlos Gonçalves. O "estúdio" era um local único e sui-generis. O amadorismo, a carolice e a descoberta de um novo mundo, onde era possível tentar fazer rádio e sonhar que éramos ouvidos por alguém. A memória da reunião na padaria para decidir a grelha também está bem presente. Pena que algumas cassetes do programa que foram gravadas por amigos, ao que parece se tenham perdido na voragem do tempo. Restam as memórias da aventura que foi a Rádio Talábriga.
Também o Lions Clube de Albergaria manteve durante algum tempo uma emissão semanal que era assegurada por Narciso Cruz e de cujos programas ainda existem as cassetes gravadas.
Recebemos o seguinte e-mail do Dr. Delfim Bismarck, o qual desde já agradecemos:
"Há muito mais para dizer sobre estas rádios.
Apesar da minha colaboração ter sido muito esporádica, acompanhei de perto o que se passou na Rádio Talábriga.
Fernando Nogueira da Silva (ao tempo presidente da junta de freguesia de Albergaria-a-Velha e gerente da Sociedade de Padarias Beira-Vouga), cedia o espaço, O Dr. Pedro Marques (do Colégio de Albergaria) e Henrique de Castro garantiam o apoio financeiro indispensável.
De entre os muitos autores de programas, lembro-me de:
Henrique de Castro ("Fados e Guitarradas" ao domingo de manhã), Rui Pinto ("Jó Manias", e assistência técnica a quase todos os programas), José Francisco Alho (programação de quase todas as tardes à semana, e um programa infantil ao domingo com Cristina Castro, em que participavam Ricardo Neves e Daniela Chaló), Orlando Oliveira ("Discos Pedidos", todos os dias das 20.oo às 21.00 horas), João Carlos Pereira (“Colchões Quentes”, uma espécie de "Oceano Pacífico da RFM), António José Oliveira(“Praia do Meco”), João Madail e Carla Pinto (Noticiários, de hora a hora)
Eduardo Pinto ("Poção Mágica"), Prof. Hernâni Domingues ("Sorte ao Jogo", ao sábado, sobre lotarias e totobolas), Dr.ª Paula Vieira (programa sobre história, aos sábados de manhã), Policarco (programa ao sábado),
Dr. Pedro Marques (programa ao sábado sobre economia), Jacinto Martins (programa sobre Desporto, essencialmente Futebol), entre tantos outros.
Para além disso, a "Talábriga" fazia as transmissões em directo das provas de motociclismo que então se realizavam em Albergaria-a-Velha e que contavam para o campeonato nacional.
Aqui fica este breve apontamento.
Delfim Bismarck
Pouco se falou sobre a radio Talábríga muito ha a dizer a radio começou em São Marcos (Lapeira)com emissor fabricado por mim e os studios eram numa casa de arrumos da casa dos meus pais(Fernando Moreira) tudo fiz para a radio funcionar desde antenas montadas por min com algum perigo, no para raios do turreão ainda deve haver alguem com fotos dessa montagem.
em tempos muitas politicas para tudo acabar,ficou a expriencia e muitas horas de gozo com apenas 2wats de pwr inicialmente escutava-se em Aveiro mais tarde aumentou-se potencia para cerca de 30Wats emissor de fabrico artezanal fabricado por um Eng. de Aveiro.
TODOS OS COMENTARIOS AINDA QUE TRIADOS SOBRE ESTAS RADIOS DAS QUAIS FIZ PARTE SAO GENERICAMENTE CASEIROS E COM VARIAS IMPRECISOES MAS,A HISTORIA E FEITA DESTAS COISAS,E PENA QUE ASSIM SEJA MAS UM DIA COM ALGUMA DISTANCIA ALGUEM ESCORREGARA NA REALIDADE,E BORRARA A PINTURA.NAO ME CABE A TAREFA,DE REVELAR O QUE VERDADEIRMENTE ACONTECEU COM AS REFERIDAS -R.I.A-TALABRIGA-R.CAIMA-MAS SIM AOS DETENTORES DOS RESPECTIVOS PATRIMONIOS,AOS PSEUDO JORNALISTAS,A TODOS OS OPURTUNISTAS DESSA EPOCA E OUTRAS ,EU ESTAREI COM TODA A CERTEZA TRANQUILO ,A RIR,A APRECIAR O CIRCO.
Terá havido momentos bons e menos bons, mas certamente nada apagará essa importante experiência de vida pois - apesar de haver amadorismo e escassez de meios - a força de vontade e companheirismo ultrapassavam todas as dificuldades.
Também me lembro de uma temporada (lá para 1987) em que foi possível ver a televisão italiana. Agradeciamos a quem permitiu tal coisa.
As rádios de Albergaria nunca tiveram muitos meios e não foi de estranhar que a frequência concelhia não tivesse sido atribuída. 20 anos depois haverá concerteza muitos episódios a recordar e o espectro radiofónico está muito alterado. Rádios com mais meios (vizinhas ou não) acabaram por fechar passando a simples retransmissores ou a meros radio gira-discos. Felizmente há casos de rádios que vingaram e que poderiam ter servido de exemplo para o que não se fez. Mas a mera carolice não foi suficiente e normalmente é dificil captar recursos humanos e materiais.
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