
De pé e da esquerda: Pedro Alves, Necho, Domingos Marques, Alfredo, F. da Silva, Bastos, Pedro e Fernando. No 1.° plano: Monteiro, VidaI, Eugénio Alves, Araújo, Moura e Raúl.
Fonte: Almanaque de Aveiro
Nascido em Ameal, freguesia de Alquerubim, no início do século XIX [30-05-1814], era filho do Capitão Francisco Correia de Melo e de D. Maria Rita de Miranda, neto paterno de Francisco Correia e D. Maria Josefa, naturais e residentes em Paus, e neto materno de Manuel José da Silva e D. Maria Joana de Miranda, naturais e residentes em Assilhó.
Formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra, em 14 de Junho de 1841, vindo viver para a companhia de seus pais no lugar de Ameal (Alquerubim), onde abriu escritório de advogado.
Casou em 15 de Agosto de 1843, com D. Rosa Teresa de Jesus, natural de Cortegaça, filha de João Marques da Costa e de D. Teresa Victória dos Santos, residentes em Travassô, na “Quinta da Póvoa”, de quem teve um filho único que faleceu ainda criança.
Em 22 de Novembro de 1842, foi nomeado por decreto Administrador do Concelho de Paus, onde se manteve até ao início de 1848. Foi então residir para Travassô, onde viveria até 1882, sendo eleito diversas vezes Vereador da Câmara Municipal de Águeda, e Procurador à Junta Geral do Distrito de Aveiro, eleito pelo concelho de Águeda, fazendo parte de uma comissão para estudar e propor os meios para remediar os estragos produzidas nos campos marginais do Rio Vouga, provocados pelas minas existentes junto ao Rio Caíma e Rio Mau.
Foi ainda, co-fundador da Irmandade dos Santos Mártires, em Travassô, sendo o autor dos seus estatutos, e autor de várias posturas municipais do distrito de Aveiro. Colaborou na “Revista de Legislação e Jurisprudência”, de Coimbra.
Em 1866, publicou “Dissertação Histórico Jurídica” em defesa dos povos do extinto Almoxarifado de Eixo (do qual fazia parte Paus) nas causas e fóros e rações, que lhes moveu a Sereníssima Casa de Bragança.
Esta obra foi composta e oferecida aos foreiros, revertendo o produto da venda da obra para custear a impressão e a questão judicial. Exerceu sempre advocacia, mas devído a surdez não ia aos tribunais, dedicando-se ao estudo e a dar pareceres, que eram sempre muito considerados e respeitados.
Em Julho de 1882, transferiu residência de novo para Ameal, dedicando-se ao estudo da história local e regional deixando um vasto conjunto de cadernos de apontamentos, importantes para o conhecimento da nossa história.
Faleceu em 25 de Abril de 1895, no lugar de Ameal, sendo sepultado no dia 27 do mesmo mês.
Fonte: Delfim Bismarck
Era tio-avô de Domitila Hormizinda Miranda de Carvalho que foi a primeira estudante que se matriculou na Universidade de Coimbra.
Domitila de Carvalho nasceu em S. Martinho de Travanca, Santa Maria da Feira (onde o seu pai era professor régio), a 10 de Abril de 1871.
Fez os primeiros estudos em Castelo Branco, no liceu daquela cidade, tendo também frequentado os liceus de Bragança e Leiria, e terminado o curso liceal em 1891. Para frequentar a Universidade de Coimbra foi obrigada, por indicação do reitor, a trajar sempre de negro e de um modo sóbrio de forma a que não se evidenciasse face a todos os colegas, obrigatoriamente vestidos de capa e batina botoada.
Domitila matriculou-se no ano lectivo de 1891-1892, tendo concluído três cursos: - o de Matemática (1894), de Filosofia (1895) e de Medicina (1904), este com 16 valores.
De 1891 a 1896 foi a única estudante que frequentou a Universidade de Coimbra! Exerceu clínica em Lisboa e, em 1906, assumiu a direcção do Liceu Dª Maria Pia para o sexo feminino. No Liceu Maria Pia leccionou várias disciplinas, tendo ficado somente com a disciplina de Matemática quando o Liceu passou a designar-se por Liceu Maria Amália Vaz de Carvalho.
Publicou alguns livros de versos, um dos quais impresso em Coimbra em 1909 e prefaciado por Afonso Lopes Vieira. Realizou um grande número de conferências sobre assuntos literários e de educação.
Em 1935 foi deputada à Assembleia Nacional (1935-1938 e 1938-1941). Fez parte igualmente do extinto Conselho Superior de Instrução Pública. Faleceu na capital a 11 de Novembro de 1966.
Fontes: Câmara de Coimbra / moliceiro / Margarida Carvalho