quinta-feira, 28 de agosto de 2008

António Augusto Martins Pereira

António Augusto Martins Pereira, nascido em 1927, filho de Américo Martins Pereira e neto do Comendador Augusto Martins Pereira, representantes de uma das famílias que mais marcaram, de forma positiva, o século XX do concelho de Albergaria-a-Velha.

António Augusto Martins Pereira é uma lenda viva do desporto albergariense. Desde muito novo, ainda estudante, começou a praticar voleibol no Sport Clube do Porto, jogando também futebol nos júniores do Infesta, dado que estudava no Colégio Almeida Garret, no Porto.

Foi igualmente praticante de motonáutica e o automobilismo foi outra das suas grandes paixões da juventude. O célebre carro Alba, uma relíquia que faz parte do seu espólio pessoal, acelerou pelo país inteiro, ganhando várias provas de âmbito, como a 2ª Taça Cidade do Porto e vários rallys, o mais importante de todos o do Vinho do Porto-Régua. O lendário carro Alba, da sua autoria, era vencedor habitual da categoria Sport, conduzido pelas mãos hábeis e pela perícia de António Augusto Martins Pereira.

Até que chegou a altura do futebol a sério e no renascer do Sport Clube Alba, no começo dos anos 50, após uma interrupção das actividades do clube que o seu pai e avô haviam fundado a 1 de Janeiro de 1941. Logo ficou patente o empenhamento e a dedicação sem limites de António Augusto Martins Pereira. Primeiro como jogador, nas posições de extremo-direito e avançado-centro, e até esporadicamente como defesa direito, sob a orientação de outro dos “monstros sagrados” do futebol albergariense, o inesquecível Carlos Alves, o homem das luvas pretas.

Jogou até aos 32 anos e deixou o seu nome ligado a uma fase histórica e heróica do futebol do Sport Clube Alba. Passou a dirigente e foi presidente da direcção e da Assembleia Geral até 1993. Ao todo, são 52 dos 57 anos de vida do Sport Clube Alba que ligaram o exemplar cidadão ao clube do seu coração.

António Augusto Martins Pereira pode ser considerado o mais completo e dedicado desportista do nosso concelho, pois foi ainda presidente do Sport Clube Beira Mar, durante dois anos e quatro como vice-presidente. Foi igualmente membro das direcções do Sporting Clube de Aveiro, do Clube Naval de Aveiro e do Clube de Albergaria, do qual é (tal como do Sport Clube Alba) sócio número um.

É ainda provedor da Misericórdia de Albergaria-a-Velha, onde, juntamente com os restantes mesários, tem desenvolvido uma obra social notável.

Em Março de 1998 foi alvo de homenagem pela sua contribuição para o desporto, tendo, entre outras iniciativas, sido baptizado o actual Estádio Municipal com o seu nome.

Fonte: Adaptado de Jornal de Albergaria de 24-03-1998 (Organização da Homenagem)

Em entrevista recente ao Portal dos Clássicos, referiu que a construção do ALBA - o automóvel integralmente português - foi "uma diversão e distracção" não tendo "a ideia de criar uma fábrica de automóveis".

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Américo Martins Pereira (1905-1949)

Veio para Albergaria-a-Velha, ainda jovem (em 1921), quando seu pai (o futuro comendador Augusto Martins Pereira) se fixou com a Família ao criar a Fundição que mais tarde daria lugar às Fábricas Metalúrgicas Alba. Tendo feito estudos secundários, preferiu, a um curso superior, o curso da vida e veio trabalhar para a fábrica que o pai criou.

Aí ascendeu mais tarde a Gerente Comercial e nesta situação contribuiu em muito para o seu desenvolvimento e a expansão que veio a ter. Foi um industrial ansioso de modernidade, ponderado, que os seus subordinados estimavam pela sua estrutura moral e sentido de justiça.

Apegado a Albergaria-a-Velha, aqui realizou uma obra, para além da profissional, que impôs o seu nome. Dotou a vila com o Cine-Teatro Alba, cuja construção acompanhou, como obra que era sua e não chegou a ver inaugurada.

Foi Presidente da Câmara de Albergaria-a-Velha, iniciando um plano de rejuvenescimento da vila e apetrechamento geral do Concelho durante três escassos anos, porque foi inesperadamente interrompido pela morte, aos 44 anos anos.

A sua acção na Câmara foi metódica, contínua e apaixonada como era seu hábito de vida. Melhorou os serviços e conseguiu promover uma maior arrecadação de receitas; melhorou e reformulou as instalaçóes do Matadouro e reformulou os seus serviços; mandou fazer a planta de urbanização da vila, sede do Conselho, promoveu construções na Avenida Napoleão Luís Ferreira Leão, transformando os quintalórios no centro comercial da vila; elaborou o plano de distribuição domiciliária de água na freguesia de Albergaria-a-Velha; remodelou estradas do Concelho e continuou a sua electrificação. Batalhou constantemente pela concessão de subsídios do Estado para o muito que desejava realizar a favor dos Povos do Munícipio.

Pôs a sua fortuna pessoal, o seu empenho e influência no progresso da nossa terra. Faleceu em Lisboa, como resultado de uma operação cirúrgica, em Setembro de 1949 e o seu funeral, realizado para jazigo de Família no Cemitério de Albergaria-a-Velha, foi uma enorme e sentida manifestação de pesar da população do Concelho.

Fonte: António Homem de Albuquerque Pinho, Gente Ilustre em Albergaria-a-Velha (adaptado)

Américo Martins Pereira era pai de António Augusto Martins Pereira.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Novo Parque de Lazer em Mouquim


Na freguesia de Valmaior, vão ser investidos 79.500,38 euros na criação do novo Parque de Lazer de Mouquim, cujas obras deverão começar em Outubro.

Após a limpeza do terreno e a criação de uma plataforma plana, vão-se colocar mesas de piquenique junto ao velho moinho de água, que está rodeado por árvores de grande porte, que dão um ar fresco e acolhedor ao local. Para completar a zona de convívio, vai-se construir uma churrasqueira e sanitários públicos, bem como colocar algum mobiliário urbano. O espaço será bem iluminado e circundado por uma cerca de madeira.

Esta intervenção vem no seguimento do projecto “Encantos e Recantos do Vouga”, no âmbito do qual foram criados quatro espaços de lazer nas freguesias de Angeja, Frossos e S. João de Loure.

Fonte: Cãmara Municipal

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Nossa Senhora do Socorro

“o Monte mais alto da Terra é o da Senhora do Socorro , porque os Albergarienses o vêem de qualquer ponto do mundo em que se encontrem”

Alexandre Albuquerque (1875-1937)





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sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Deolinda Vidinha, a "Vidinha de Angeja"


Num país onde a mulher vive quase divorciada das práticas desportivas, o caso de Deolinda Vidinha é digno duma referência especial.

Grande entusiasta dos desportos, sentiu-se todavia inclinada para o ciclismo, em que se iniciou bastante nova. Fisicamente bem constituída e saudável, não lhe era difícil «galgar» quilómetros e quilómetros em andamento veloz, o que despertava a curiosidade de quantos nela atentavam.

Não surpreende, portanto, que o nome de Deolinda Vidinha passasse a andar de boca em boca de centenas de pessoas, tornando-se uma figura popular da velocipedia regional.

Esta popularidade alcançou a consagração no dia em que venceu com um «élan» impressionante a prova Costa Nova-Aveiro, em representação do Angeja S. C., depois de destroçar as pretensões de um grupo de companheiras.

Por inexistência de provas femininas, houve no entanto que dar por finda a carreira, que mal chegou a esboçar-se.

Deolinda Vidinha – a Vidinha de Angeja, como o povo a crismou – nasceu em Estarreja a 19 de Outubro de 1922.

Fonte: Almanaque de Aveiro

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Edgar Pinto

Edgar Pinto começou a sua actividade desportiva na secção de BTT do Clube de Albergaria, em 1996. Depois de passar pela Sete Máquinas Setúbal-Vouga, começou a sua actividade de ciclista de estrada na equipa de S. João de Ver. Dado os bons resultados, foi convidado para a equipa do Benfica e é com a camisola do Clube de Lisboa que vai somando pontos nas várias provas em que participa.

Fonte: Beira Vouga

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Artur Dias Maia, ciclista


Artur Dias Maia nasceu em 1898 em São João de Loure, tendo sido um conceituado ciclista nos anos 20 e 30 do século passado.

Como ciclista participou em diversas Voltas à Portugal, entre elas a 1ª Volta a Portugal em Bicicleta, em 1927, na qual se classificou em 7º lugar, ao serviço da equipa do Bairro de Inglaterra.

Ingressa posteriormente na equipa do Sport Lisboa e Benfica onde então figurava o grande José Maria Nicolau, a quem ajudou a vencer algumas voltas a Portugal (1931 e 1934), tendo-se classificado em 8º lugar na segunda edição da Volta a Portugal que se realizou apenas em 1931.

Nota: A Volta a Portugal começou em 1927, no entanto a segunda edição apenas se realizou em 1931. Em 1936 e 1937 a Volta voltou a não se realizar.

Curiosidade

De todas as medalhas, a que para ele teve mais signficado foi-lhe atribuída por uma corporação de Bombeiros, porque durante uma prova em que ele pedalava sozinho numa estrada à beira mar, viu uma criada a pedir socorro pois uma menina tinha caído ao mar e não estava a conseguir voltar para terra. Sendo uma pessoa de grande porte e enrijecido pelos muitos anos de bicicleta, saltou da bicicleta e atirou-se ao mar, conseguindo trazer a criança a salvo.

Terminado o salvamento, montou a bicicleta e foi acabar a prova.

Só mais tarde, os pais da criança, que eram pessoas abastadas e de grande importância na terra, procuram saber quem tinha sido o tal ciclista que lhes salvou a filha e fizeram-lhe uma homenagem, com os bombeiros a oferecerem-lhe a tal medalha ...

Fontes: Arthur Alves (neto); Veloluso / Dr. Delfim Bismarck (Jornal de Albergaria, 25.05.2010)

Era irmão de Joaquim Dias Maia, um dos pioneiros do ciclismo nacional.



Foram os ciclistas Alfredo Trindade e José Maria Nicolau que, nos anos 30 do século passado, alimentaram a «guerra» Benfica-Sporting, fazendo-a crescer a todo o país, numa altura em que não havia televisão para ver os jogos de futebol, a rádio não era para todos, os jornais chegavam atrasados e as próprias estradas dificultavam as deslocações. Restava a passagem das caravanas do ciclismo para alimentar a chama do clubismo, mesmo quando ofereciam apenas uma simples bandeirinha. O equilíbrio do valor dos dois ciclistas fez o resto, com multidões a assistir ora ao triunfo de um, ora de outro. Quem viu as proezas de Trindade ficou fã do Sporting e quem vibrou mais com as pedaladas de Nicolau tornou-se adepto do Benfica

Fonte: Luís Óscar (Record)



(actualizado em 11.06.2010, incluíndo foto)

Agradecimentos: Dr. Delfim Bismarck e Sr. Aristides Maia

Mais informações: Jornal de Albergaria / Imagens de Albergaria

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Joaquim Dias Maia (1890-1975), ciclista

Natural de São João de Loure foi um dos pioneiros do ciclismo português, tendo começado a correr no Sporting Club de Portugal. Em 1912 ganhou a primeira prova por etapas, o Giro do Minho.

Ainda não se disputava a "Volta a Portugal" e o "Porto-Lisboa" era a prova máxima do calendário ciclista nacional, aquela que mais fascinava as multidões.

Ao serviço do Sport Progresso (popular clube do Porto), Joaquim Dias Maia venceu, em 1913, no tempo de 16h. 10m. a terceira edição dessa prova.

Nota: De 1914 a 1918, o ciclismo esteve parado por causa da I Guerra Mundial

Faleceu na Póvoa de Santo Adrião, em Loures, em 29 de Agosto de 1975, sendo sepultado no cemitério público de São João de Loure.

Fontes: Almanaque de Aveiro / Dr. Delfim Bismarck (Jornal de Albergaria, 25.05.2010)

Era irmão de Artur Dias Maia.

(actualizado em 11.06.2010, incluíndo foto)

Agradecimentos: Dr. Delfim Bismarck e Sr. Aristides Maia

Mais informações: Jornal de Albergaria

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Tiago Monteiro com raízes em Albergaria-a-Velha


O famoso piloto de automóveis Tiago Monteiro nasceu no Porto, a 24 de Julho de 1976, contudo tem raízes raízes familiares em Albergaria-a-Velha.

O seu bisavô foi o Sr. Costa, dono da loja conhecida com o seu nome, e que há dezenas de anos vem funcionando no largo 1º de Dezembro, na vila de Albergaria-a-Velha.

O seu avô paterno foi Sérgio Costa, pessoa distintíssima, de uma simpatia inexcedível e de um trato afável, que foi o dono do Mercadinho Central, naquele mesmo largo 1º de Dezembro, mas que deixou memória imorredoura sobretudo por ter sido comandante dos Bombeiros Voluntários na década de setenta.

Foram pessoas, já falecidas, que muito se dedicaram a Albergaria, ao seu comércio e às suas causas filantrópicas.


Tiago Monteiro em Albergaria-a-Velha

Tiago Monteiro esteve no dia 14/01/2006 pela primeira vez em Albergaria-a-Velha (Aveiro), a fim de homenagear o seu falecido avô, entregando as luvas com que correu na época de 2005 aos Bombeiros Voluntários desta mesma Vila.

Tiago Monteiro entregou as suas luvas autografadas aos bombeiros locais, em sinal de carinho pelo homem por quem tinha uma grande paixão. «Com este gesto queria homenagear o meu avô, em particular, bem como os bombeiros de Albergaria-a-Velha e de todo o país». Tiago Monteiro aproveitou para sublinhar a importância dos bombeiros, dizendo: «Os riscos da minha profissão, são menores face aos perigos que estes homens enfrentam diariamente».

Tiago Monteiro é descendente de uma família muito acarinhada na vila de Albergaria. O condutor de Fórmula 1 recordou ao Diário de Aveiro que se lembra das férias que passava na sede de concelho com os primos. O avô de Tiago foi comerciante, comandante dos bombeiros de Albergaria e um dos impulsionadores da construção do actual quartel.

António Vinhas lembrou a obra realizada pelo homem que Tiago Monteiro fez questão de homenagear. «Sérgio Costa foi uma figura muito especial, não só para a vila de Albergaria, mas para todo o concelho. Ele batalhou pelo desenvolvimento desta terra».

Fontes: Jornal de Albergaria; Diário de Aveiro (Carmen Martins); Tugaf1; Nélson Santos

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Francisco Corte-Real Pereira (1914-1970)


Francisco Augusto de Quadros Vidal Corte-Real Pereira nasceu em 17 de Novembro de 1914 na Branca, Albergaria-a-Velha, tendo-se destacado como piloto de automóveis quer em Portugal, quer mais tarde em Angola, onde se radicou.

Piloto e mecânico de bom nível, foi um dos co-criadores do Carro Alba conjuntamente com António Augusto Martins Pereira.

 

O carro com matrícula OT-10-54 que foi desenvolvido ao longo de 1952, pintado em amarelo claro; o TN-10-82, que surgiu em 1953, também pintado em amarelo claro; e, finalmente, o último Alba – exclusivamente desenvolvido por Francisco Corte Real Pereira – com a matrícula LA-11-18 e que foi construído em 1955, com uma carroçaria vermelha.



Vencedor em 1951 e 52 da classe 1.100 c.c., no Circuito da Boavista, ajudou a desenvolver o Alba e a torná-lo num carro ganhador. 

Com três automóveis produzidos, a Alba tinha então uma estratégia clara de abordagem às provas nacionais: Corte Real tinha a seu cargo os circuitos e Martins Pereira dedicava-se às provas de regularidade.


Francisco Corte Real Pereira foi igualmente um dos impulsionadores, conjuntamente com Emílio Marta, de um outro automóvel de produção nacional, o Marta Real

Corte Real Pereira ao volante do Alba na Taça da Cidade do Porto de 1954 (Imagem disponibilizada por Cougar/Bélgica a Francisco Lemos Ferreira)


Vencedor do I Grupo (até 750 cc) no VIII Circuito de Vila Real em 1949 (14º na classificação geral)


Vencedor da I Taça Cidade do Porto, tripulando um dos nossos ALBA (1953)


2º lugar no circuito automóvel das Festas do Mar em Angola (1969)


Em 1970, Corte Real Pereira esteve, pela última vez, nas “6 Horas de Nova Lisboa”. Oito dias depois, em 15 de Agosto de 1970, viria a falecer em, vítima de acidente, em Sá da Bandeira (Huíla) quando tripulava o seu Lótus nas “3 Horas da Huila”.

No ano seguinte, foi instituída em sua homenagem a Taça Corte Real Pereira, troféu a ser disputado na prova de iniciados de Nova Lisboa. Em 1974 foram realizadas duas provas denominadas Taça Corte-Real Pereira: uma em Nova Lisboa, para iniciados, realizada a 27 de Julho; outra a 3 de Agosto, em Benguela, para a fórmula TC-A.

Segundo Armando Lacerda, "A sua criação teve em mente não só homenagear a memória deste piloto como, também, servir de exemplo aqueles que se iniciavam na modalidade como um exemplo de espírito desportivo de um grande Senhor."

Fontes: Armando de Lacerda / Ancestry.com / Carlos Corte-Real / Portal dos Clássicos / Francisco Lemos Ferreira / Museu do Caramulo

sábado, 2 de agosto de 2008